Sem categoria

Retornamento

R E T O R N A M E N T O

Retornamento é a nova coleção de pinturas de Braulio Bittencourt em cartaz no Attelier Savassi 851 marcando um retorno às exposições após mais de meio ano de reclusão. Retornamento quer dizer retorno, fazendo alusão a uma retomada ou reinício a partir de um ponto já visitado. Nesta exposição Braulio Bittencourt mostra a sua produção artística realizada durante a pandemia. Admirador dos conceitos da física quântica, que já foram fonte de inspiração da sua exposição individual Paralelo Quântico que celebrou a inauguração da P.S. Galeria em Belo Horizonte, novamente o artista busca nesta temática a ponte para restabelecer a conexão com a pintura. O artista brinca com a multiplicidade de planos no aqui–agora, usando a superposição de cores para indicar simultaneidade de existências, indicar trilhas alternativas e explorar possibilidades de escolhas. Linhas paralelas que parecem gritar pelo reencontro, mas que precisam prosseguir no isolamento e recriar seu significado no mundo. Linhas que parecem aprisionar e tolher a passagem. Ilhas apartadas que clamam por conexão à unidade. Elementos e partes que flutuam na vastidão do universo ao sabor do ornamento do caos. Retornamento é um convite para cada um vivenciar o seu momento presente.

Braulio Bittencourt tem uma trajetória artística marcada pela celebração da vida e das cores. O artista descreve suas pinturas como “prece por elevação buscando a beleza que vem da fonte da vida”. O crítico de arte Werner Krapf comenta que “Braulio Bittencourt se mostra, através do seu percurso criador, um artista que vem buscando uma coerência expressiva que se alimenta de um senso profundo de necessidade de busca interior como fonte de autoconhecimento e de sublimação do ser. Neste sentido, há uma retroalimentação entre expressão artística e sua senda interior que se manifesta através de uma intensa pesquisa colorística. Há, em todas suas séries, uma constante no uso profícuo da cor e sua relação com a luz. Algumas de suas obras se mostram tão indeléveis e luminosas, que se tornam como vias de meditação transcendental, pois são capazes de nos suscitar estados de espírito que enlevam e nos conduzem a patamares de contemplação próximos das práticas de meditação espiritual. Suas temáticas confluem, da mesma forma, a preocupações próprias de quem se utiliza das ferramentas que lhe são próprias, no caso, da expressão da arte, para refletir sobre seu ser-estar-no-mundo e utilizar de seus frutos como elemento motivador para transcender seu estado de ser ao mesmo tempo em que oferece ao espectador a materialização de seu processo de crescimento interior”.

A exposição será inaugurada dia 17 de outubro, das 13 às 15h, e ficará em cartaz até 12 de dezembro de 2020, podendo ser conferida à Rua Alagoas 851 no Attelier Savassi 851 que oferece primorosa gastronomia, de segunda a sábado das 11 às 14:30h.

DISPLAY

OBRAS EXPOSTAS

Ilhado – 70 x 140 cm 2020

Blue Hope Magnet 100x150cm 2020

Colortime Crossway 100×150 2020

Alterorange – 90×180 cm 2020

Zoeland – 100x 200cm – 2020

Flagging – 40x60cm – 2020

Floricampo 60x60cm – 2020

Tonari 40x60cm – 2020

Trem de ler: Arvorear

O balé do crescimento é em todas as direções (Fotos/Braulio Bittencourt)

Entre uma parede e outra, árvores crescem no Centro Cultural da UFSJ (CCUFSJ). As plantas espelham, em certa medida, as ramificações da existência humana. Essa é a proposta da exposição “Arvorear”, que vai ser inaugurada no CCUFSJ nesta quinta-feira (11), às 20h.

Coletânea do belo-horizontino Braulio Bittencourt, a mostra tem 35 pinturas inéditas, e cerca de outras 15 já expostas na Galertia Otto Cirme, em BH.

Arvorear reúne telas de pequenas dimensões que podem ser visitadas pelo público até 25 de fevereiro, todos os dias da semana, das 8h às 20h. A entrada é gratuita e o CCUFS fica ao lado do Largo do Carmo.

Para chegar ao resultado da mostra, o artista cultivou quatro anos de trabalho. Nesse período, ele desenvolveu uma técnica que semeia diferentes materiais em suas composições. Tinta acrílica, esmalte, óleo, gesso e folha de ouro revelam o traçado livre de Bittencourt.

“O conjunto traz obras abstratas, mas que tangenciam o figurativo, numa abordagem em que o artista expressa livremente o seu desejo de ‘arvorear’. Sem preocupações com regras para abordar a essencialidade da estrutura, o abrir dos galhos, o desfolhamento, o florescimento”, conta Bittencourt.

Cores quentes são metáfora de uma vida vibrante

Segundo o artista, “arvorear” é um termo que se refere a árvore, embora também possa ser visto como uma metáfora para existência humana. Condição da força de crescer que revela a ligação entre o homem e o cosmos.

“A árvore é fonte de inspiração para um mergulho existencial no ciclo de mutações, na questão da transitoriedade, num esforço de integração do sentir e do expressar, na busca da conexão céu-terra”, reflete Bittencourt.

De São João del-Rei, Arvorear segue para Brasília. A exposição ficará em cartaz no na Câmara dos Deputados, com previsão de estreia em novembro deste ano.

Bittencourt das Árvores

Artista autodidata, Bittencourt é formado em Economia pela UFMG e é mestre em Economia Internacional pela Universidade de Wakayama, no Japão. Ele também se formou em Biodanza pela International Biocentric Foundation, em BH. Em 2012, fez curso de Pittura Tecniche Antiche na Accademia d’Arte, na Florença, Itália.

No portfólio, carrega exposições no Salão Nacional de Belas Artes “Rio 450 anos de Encantos Mil” (2015); “Arte Cidadã”, no Congresso Nacional (2014); “Artisti Brasiliani”, em Roma, na Itália (2012); “BRASILUSA”, em Nova Iorque (2011), entre outras mostras que fez o artista rodar o Brasil e outros países.

Em 2015, recebeu a Medalha de Prata no Salão Nacional de Belas Rio 450 Anos de Encantos Mil. Já em 2012, conquistou o prêmio MG Cultura, concedido pelo jornal MG Turismo e Cultura.

Matéria de Douglas Caputo de